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O FANTÁSTICO ALIMENTO VIVO

O fantástico alimento vivo

 

 Que nós mineiros amamos queijo não é nenhuma novidade. E com razão, o queijo é um dos alimentos mais antigos e incríveis do mundo. Não concorda? Então continue lendo. Não que eu queira mudar sua opinião a respeito, más tenho certeza que depois de ler isso, você vai olhar esse alimento com outros olhos.

O queijo é considerado um alimento vivo. Isso mesmo. Más não se desespere, eu explico. Para fabricar um queijo, normalmente contamos com a ajuda de uma série de micro-organismos vivos. São bactérias e fungos que transformam o leite em queijo. Sem eles isso seria impossível. Assim como seria impossível obter o pão e a cerveja sem ajuda do Saccharomyces cerevisiae, fungo esse responsável pela fermentação dos pães e da cevada.

O iogurte também é feito com a ajuda de bactérias, Lactobacillus bulgaricus e o Streptococcus thermophilus.

Salaminho, presunto e outros embutidos também são obtidos com a ajuda de fungos do tipo Peniciliun. A mesma espécie de fungos usadas na cura de diversos tipos de queijos.

O queijo Roquefort da ilustração abaixo por exemplo, usa se o Peniciliun Roquefort, que lhe confere um aroma inconfundível e sabor inigualável, e também um aspecto mofado e envelhecido. Esse fungo é o mesmo usado pra fazer o queijo Gorgonzola, a diferença está apenas no leite que é usado. O Roquefort com leite de ovelha, o Gorgonzola com leite de vaca.

Queijo Roquefort

Queijo Roquefort

 

         
                 Queijo Gorgonzola

Queijo Gorgonzola

 

 Dessa mesma forma, temos os queijos Brie e o Camembert, ambos feitos com adição de um fungo, desta vez o Peniciliun Cândida, ou o Peniciliun Camembert. Esses fungos tem a função de proteger os queijos do ataque de outros micro-organismos, e também conferem a esses queijos uma textura macia e sabor marcante.

Queijo Brie

Queijo Brie

Queijo Camembert

Queijo Camembert

 

Queijos como Emmental, Gruyère, Prato, Reino, Mussarela, Queijo Minas, Canastra, Serro, Meia Cura, Edam, Gouda, entre muitos outros, são obtidos com a ajuda de bactérias benéficas que conferem a esses queijos, as características pertinentes a cada um: olhadura (furinhos) grandes ou pequenos, textura, sabor, aroma e aspecto são algumas características peculiares de cada queijo.

Queijo Gruyère

Queijo Gruyère

 

 Esses micro-organismos ainda estão vivos no momento em que o queijo é consumido, por isso concluímos que o queijo é um alimento vivo.

O queijo é um alimento antigo. Não há qualquer evidência conclusiva indicando onde a produção de queijo teve origem, se foi na Europa, Ásia Central ou Oriente Médio, mas essa prática já havia se propagado na Europa antes mesmo dos romanos e de acordo com Plínio, o Velho, tinha se tornado um sofisticado empreendimento quando do início da formação do Império Romano.

Propor uma data para a origem do queijo pode variar desde aproximadamente 8.000 a.C. (quando as ovelhas foram pela primeira vez domesticadas), até por volta de 3.000 a.C.. O primeiro queijo pode ter sido feito por pessoas no Oriente Médio ou pelos povos túrquicos-nômades da Ásia Central. Uma vez que peles de animais e órgãos internos inflados têm, desde os tempos antigos, servidos como recipientes para armazenar uma grande variedade de produtos alimentícios, é provável que o processo de produção do queijo tenha sido descoberto acidentalmente ao estocar o leite em um recipiente feito do estômago de um animal, resultando na transformação do leite em coalhada e soro pela quimosina do estômago. Há uma lenda muito divulgada sobre a descoberta do queijo por um comerciante árabe que costumava usar esse método de estocar leite. A lenda tem muitas variações individuais.

A produção de queijos pode também ter-se iniciado, independentemente disto, pela prensagem e adicionamento de sal ao leite coalhado a fim de preservá-lo. A observação de que o efeito de armazenar o leite em um recipiente feito de estômago de animal produzia coalhadas mais sólidas e de melhor textura, pode ter levado à adição deliberada de coalho no leite.

A mais antiga evidência arqueológica da produção de queijo foi encontrada nas pinturas de uma tumba egípcia, datando de cerca de 2.000 a.C.. É provável que os primeiros queijos tenham sido bastante ácidos e salgados, similares em textura ao rústico queijo Cottage ou Feta, um farelento, e saboroso queijo grego.

O queijo produzido na Europa, onde o clima é mais frio que do Oriente Médio, requer uma menor quantidade de sal para a sua preservação. Nas condições de menor quantidade de sal e acidez, o queijo torna-se um ambiente propício para uma grande variedade de micróbios benéficos e mofos, que são o que dão aos queijos mais velhos seus sabores característicos.